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Aílton Corrêa Arruda, o Manga para o torcedor brasileiro e, “Manguinha” para os mais próximos como Sandro Moreyra, que o imortalizou como personagem dos seus “causos”, nasceu no dia 26 de abril de 1937, em Recife/PE. Começou a jogar profissionalmente em 1957, aos 20 anos, portanto, defendendo as cores do Sport Recife, onde permaneceu até 1959, transferindo-se de “mala e cuia” para o Rio de Janeiro, para defender as cores do Botafogo de Futebol e Regatas.

Em General Severiano, Manga permaneceu até 1968, depois de defender o clube do seu coração por dez longos anos. Transferiu-se para o Nacional do Uruguai, onde jogou até 1974, depois de ser considerado com um dos maiores goleiros que já atuaram no país, incluindo na relação o próprio uruguaio Mazurkiewicz.

Voltou ao Brasil em 1974 para defender o Internacional de Porto Alegre, onde permaneceu até 1976, fazendo parte de uma das maiores formações do colorado gaúcho: Manga; Cláudio Duarte, Figueroa, Pontes (Hermínio) e Vacaria; Falcão, Paulo César Carpegianni e Sérgio Lima (Batista); Valdomiro, Escurinho e Lula.

O antigo arqueiro brilhou no Botafogo, ao lado de verdadeiras feras como Rildo, Jadir, Nilton Santos, Garrincha, Quarentinha, Amarildo e Zagallo; e também no Internacional, onde ajudou a formar uma das maiores equipes coloradas em todos os tempos ao lado de Cláudio Duarte, Figueroa, Marinho Perez, Vacaria, Falcão, Batista, Caçapava, Valdomiro, Dario Maravilha, Lula e companhia.

Manguinha ainda defendeu o Coritiba, nos anos 1977 e 1978. Quis o destino do mundo futebolístico que Manga defendesse o Grêmio Portoalegrense, maior rival do Internacional, nos anos 1979 e 1980. Manga ainda defendeu o Barcelona de Guiaquil, no Equador, em 1981 e 1982. Depois se transferiu para os Estados Unidos, onde reside até hoje.

Manga ainda defendeu a camisa da seleção brasileira, fazendo parte da famosa lista de 47 jogadores convocados em 1966. Foi escolhido juntamente com Gylmar para seguir com a seleção para a Copa do Mundo da Inglaterra. Manga foi campeão mundial interclubes pelo Nacional do Uruguai em 1971.
Como se isso não fosse suficiente, Manga integra a Seleção da Revista Placar de todos os tempos do Botafogo e do Internacional. Sem ser espalhafatoso, possuía extraordinário senso de colocação, o que fazia com que os chutes dos adversários fossem calmamente terminar em suas mãos deformadas pelo trabalho. Na decisão do campeonato Brasileiro de 1975, defendendo o Inter, ele simplesmente acabou com as pretensões do Cruzeiro. Pegou uma tortuosa cobrança de falta de Nelinho e chegou a segurar com uma única mão um escanteio. Encerrou a carreira no Barcelona do Equador, em 1982, aos 45 anos. 

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Defendeu a seleção brasileira em quinze jogos. Ele entrou no lugar de Gilmar dos Santos Neves na partida contra Portugal e não foi feliz, mas não se pode julgar a carreira de Manga apenas pela infelicidade daquele jogo.

Manguinha é considerado o melhor goleiro do Botafogo em todos os tempos. Em 442 partidas, sofreu 394 gols. Sandro Moreyra contava “confidencialmente” que, “às vésperas de jogos contra o Flamengo, Manga dizia para sua esposa: - Pode ir na feira e comprar por conta, que o bicho de domingo é certo.”
Aílton Corrêa Arruda, o Manga, ex-goleiro do Botafogo (RJ), Sport Clube do Recife, Grêmio, Internacional, Operário (MS), Coritiba e da Seleção Brasileira da Copa de 66, trabalhou como treinador de goleiros em Quito, no Equador, e nos Estados Unidos. Lá, onde ensinava futebol, está aposentado e vivendo tranquilamente em Little Havana, na cidade de Miami, na Flórida.

Manga tinha três irmãos boleiros: Manguito, Dedé e Alemão, que se destacaram no futebol pernambucano. O último, inclusive, era zagueiro central e atuou no América do Rio de Janeiro, sendo bom batedor de faltas e pênaltis. Dedé brilhou no Sport Club do Recife.

Há muito tempo fora do Brasil, Manga diz que não sente muitas saudades do país. O ex-goleiro, que nasceu em Recife, no dia 26 de abril de 1937, diz que Marcos, goleiro pentacampeão pela seleção brasileiro, é o que mais se assemelha com ele no estilo de jogar.

Títulos
Campeonato pernambucano de 55, 56 e 57(pelo Sport)
Campeonato carioca de 61, 62, 67 e 68 (pelo Botafogo)
Torneio Rio-São Paulo de 62, 64 e 66 (pelo Botafogo)
Campeonato uruguaio de 69, 70, 71 e 72 (pelo Nacional do Uruguai)
Libertadores de 71 (pelo Nacional)
Mundial Interclubes de 71 (pelo Nacional)
Campeonato gaúcho de 74, 75 e 76 (pelo Internacional
Campeonato brasileiro de 75 e 76 (pelo Inter)
Campeonato Paranaense de 78 (pelo Coritiba)
Campeonato gaúcho de 79 (pelo Grêmio)
Campeonato equatoriano de 81 (pelo Barcelona).

BRIGA COM SALDANHA - O goleiro, que fez 445 partidas pelo Botafogo, deixou o time da Estrela Solitária em 1968. Na época, ele teve um desentendimento com o jornalista e técnico João Saldanha, que acusou o arqueiro de ter-se vendido na final do carioca de 67. Manga deixou saudade aos alvinegros.